sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Lugar errado

Por vezes paro e me faço o mesmo questionamento: será que estou no mundo certo? Será mesmo que eu vim pra onde tinha que vir? Paro para analisar o comportamento alheio e vejo que sou totalmente contrário a tudo que os outros fazem, pensam e dizem. Ora já tive afinidades com diversas dessas pessoas, mas agora me questiono o que eu tinha a ver com elas. Claro que com o tempo nós mudamos, mas é de se esperar que todos evoluam e mudem também, assim, todos seguiremos num só rumo. Mas não é o que eu percebo. Percebo as pessoas paradas no tempo, brincando de ser criança e achando que a vida nada mais é do que o que elas inventam que é. Vejo pessoas que mentem tanto sobre sua própria vida que acabam acreditando em suas próprias mentiras. Acho mesmo que o meu problema não está no lugar onde estou e sim em com quem estou. É impossível que num mundo com tanta gente eu seja o único a querer crescer, aprender, evoluir e saber mais e mais sobre as coisas. É impossível que eu seja o único que vivo em autoanálise para descobrir onde estou pecando e onde posso melhorar.
Não dá pra conviver normalmente vendo as pessoas que gostamos fazerem coisas tão ridículas. A tal da “vergonha alheia” é maior que minha vontade de continuar me socializando com tal. As pessoas se tornam tão fúteis e parecem se gabar disso. Gabam-se da futilidade e parece que há uma disputa pra ver quem é o mais fútil e burro. Sim, burro. Pois pra mim, a falta de inteligência é burrice.

Quando eu era criança, eu via meus primos com 25 anos e já os olhava como adultos, pessoas com personalidade e responsabilidade. Hoje, vejo amigos meus com 20, 30, 40 anos que pensam como crianças, que agem como crianças, que acham bonito serem visto como pessoas de mentes infantis. Será que não notam que todos os acham ridículos, apesar de não falarem nada? Ainda existem pessoas de origem e vida humildes que querem passar a impressão de serem aqueles “mauricinhos” de filmes americanos: estudar e “curtir a vida”. Quanta ignorância. As pessoas não andam sabendo diferenciar a ficção da realidade e, volto a repetir, acabam vivendo nesse mundinho imaginário. Aí vem a questão: não é interessante fugir dos problemas reais e se fechar num mundo imaginário? Sim, eu creio que seja. Mas o que mais me incomoda, é o que os outros fazem com isso. Essas pessoas costumam ser rodeadas de “colegas”, que aproveitam pra vivenciar um pouquinho do seu Mundo de Bob* e, quando estão longe, só sabem falar mal, pensar mal de tal pessoa. Mas caramba, isso vai além dos meus conceitos, eu não consigo ser hipócrita a este ponto. Quando alguém não me agrada ou tenho algo contra tal pessoa, eu falo, eu exponho.

Enfim, diante de tantas contradições e tantas dúvidas, eu só posso chegar à conclusão que eu é que estou no mundo errado, porque não ando vendo muita gente fora do perfil acima. O egocentrismo e a disputa pelo “quem pode mais” está tomando conta de todos.  Estou concluindo que a humanidade chegou ao ápice da evolução, a tendência agora é descer morro abaixo, numa decadência tremenda.  O mundo hoje não tem assunto, tudo o que falam é sobre banalidades, sobre coisas fúteis, sobre piadinhas maçantes que, à primeira vista, tem graça e um lado cômico, mas que acabam caindo no mesmo que perguntar o porquê a galinha atravessou a rua (MAIS DO MESMO). São tolos rindo de coisas bestas, tentando forçar um humor inútil por falta de inteligência de entender e criar humor decente.

Dias atrás, vi uma reportagem do Eduardo Sterblitch (Fred Mercury prateado) em que ele dizia que desiste de fazer teatro porque a população não está pronta para entender piadas inteligentes. Concordo! Ninguém mais pensa no mundo.

Outra coisa ridícula acontecendo agora é a tal aprovação da lei SOPA lá nos EUA e todos querendo brincar de se revoltar contra isso, porque não terão mais liberdade de infringir as leis e fazer download de conteúdos ilícitos de forma livre... me poupe né? Tanta coisa acontecendo no mundo e o pessoal querendo falar que são revolucionários e vão fazer barulho por causa de uma banalidade assim? Até 15 anos atrás se você quisesse ouvir música, você comprava o CD ou ligava a rádio, se você quisesse ver filme você alugava ou via na TV, se você quisesse um livro, você ia a uma biblioteca ou comprava na livraria. Agora o pessoal quer fazer alarde como se o mundo fosse acabar? O mundo vai acabar sim, mas se não acontecerem revoltas contra os políticos corruptos, contra as leis inúteis, contra a desigualdade social, contra muitas outras coisas que tem de mais alarmantes por aí.

Enfim, estou somente expondo um pouco da minha mentalidade que me leva a crer que realmente estou no lugar errado e na hora errada. Com certeza, se eu vivesse no passado, eu faria parte da revolução armada contra a ditadura e de guerras com propósitos justos. Agora, a única guerra que vemos, é a de deixar um site no ar para que possamos fazer download de pornografia gratuita (não só), para que possamos tirar o valor do trabalho de pessoas que se esforçaram para fazer algo e não tem o devido reconhecimento por causa da ilegalidade virtual.

É isso, em meio a tantos assuntos citados de forma ampla, expressei um único: a forma de pensar e agir.

“Com o tempo eu mudo meus amigos, não por eles não serem mais os mesmos comigo, mas por eu ter evoluído e querer pessoas do meu nível junto a mim”

Me sinto tão estranho aqui
Diferente de você, irmão
A sua forma e distorção
Não pareço com ninguém, sei lá

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Afinal, o que é traição?

O conceito de traição num relacionamento vem do ato de consumar atos conjugais com outras pessoas que não o seu próprio cônjuge, seja ele marido, namorado, ficante ou seja lá o que for. Muito errado isso não?

Traição, a meu ponto de vista, é quando a gente deixa de atender às necessidades básicas de um relacionamento, seja ele amoroso, de amizade ou outro. Trair vai além de beijar outro alguém ou transar com outro alguém. A gente pode trair a confiança de uma pessoa, trair o que de melhor a gente investe em nós, sem ao menos ter se relacionado com outro alguém. A gente deposita em alguém toda nossa confiança. Colocamos, em nós mesmos, vendas e deixamos as pessoas livres para voar, porque, como diz o ditado, deixe as pessoas soltas, pois se elas realmente são suas, elas voltam. Mas isso é muito péssimo de se dizer, pois voltar, ela sempre volta, mas, e onde fica o que ela fez no trajeto? Nos seus voos por aí?

Quando eu era pequeno e estava na escola, os professores sempre nos pediam para que fizéssemos textos, diferenciando LIBERDADE de LIBERTINAGEM, e eis que aí está, a prática na vida real. A gente deixa as pessoas livres e soltas, achando que o senso de liberdade não vai se misturar com o desejo da libertinagem, achando que a personalidade será forte o suficiente e que o amor e o respeito predominem. Mas tem gente que não sabe lidar com muita liberdade, tem gente que não pode ter crédito que o gasta todo e ainda consegue ficar com saldo devedor. É o velho ditado: A GENTE DÁ A MÃO E LOGO QUEREM O BRAÇO. A falta de uma personalidade forte, determinação, responsabilidade e a sobra de inconsequência acabam resultando na tal LIBERTINAGEM.

Uma coisa é certa: é difícil aprender a deixar o outro solto, pois a gente pensa que ele pode não voltar. Mas, para alguém como eu, estou me acostumando ainda a deixar solto, porém, visualizando à distância o rumo do voo, o perigo é que ele volte, mas quem não estará mais lá para recepcionar serei eu.

PREFIRO TE VER NA CAMA COM OUTRO DO QUE MENTINDO PRA MIM
Lembre-se: não adianta pedir desculpas se não for mudar de atitudes.


Ai como dói a dor
Como dói a dor de amar
Quem se desencantou
Sabe o que é chorar

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O que é o tão dito AMOR?!


Amor é um sentimento incompreendido. As pessoas dizem “eu te amo” simplesmente por acharem que encontraram uma pessoa que as completa, com quem se sentem bem.

O fato de dizerem que o AMOR não tem definição deixa as pessoas com uma sensação errônea do que ele realmente é. Dizer “eu te amo” está tão comum quanto pedir pão na padaria e mais frequente que dizer obrigado a alguém.

O pior de tudo, não é não saber usar a expressão EU TE AMO, é não saber o que ela realmente significa. Dizer “eu te amo” é uma forma de abreviar diversas declarações, como eu te RESPEITO, eu te ADMIRO, eu te QUERO, eu sinto sua FALTA, eu sou APAIXONADO por você, eu adoro sua COMPANHIA, eu PRECISO de você pra me sentir bem e algumas mais. Daí o erro. As pessoas dizem “eu te amo”, mas não respeitam; dizem “eu te amo”, mas não precisam realmente da outra para se sentirem bem; dizem “eu te amo”, mas não sentem falta desse alguém porque encontram nos braços de outrem o que supre essa falta.

Amor é realmente um sentimento complicado, e baseado no que disse acima, creio que não seja um sentimento em si e sim a reunião de muitos outros, uma forma de expressar, de maneira rápida e de impacto, bons sentimentos. Mas temos que pensar também que o tal “amor” é dividido em dois, no mínimo. Este amor, ora citado, é aquele que sentimos por outro alguém como forma de unir-se e formar um casal, alguém que levará uma vida mútua, pessoas que se unirão para, juntas, decidir o que fazer e que rumo tomar. Amor este que une pessoas que se esquecem do EU para viver em razão do NÓS; que une pessoas que, antes de si, colocam o outro acima de tudo; que une pessoas para que não haja egoísmo entre elas, para que juntas possam levar a vida como ela é: simples.

Outrora, pensemos no amor fraternal, aquele amor que já nascemos com ele, aquele amor que sentimos pelos nossos pais, sem motivos, pelos nossos irmãos de sangue, pelos nossos irmãos de escolha, pelas pessoas que amamos, no sentido de querer e desejar todo o bem, que nos fazem felizes pelo simples fato de estarem felizes. Este amor, a gente já nasce com ele. Este amor, a gente entrega a pessoas queridas.

O amor pode ser visto de tantas formas, mas a forma como está sendo vista por aí, realmente não é amor. É um sentimento de euforia que se tem quando acredita que encontrou o tão fantasiado amor dos contos de fadas.

Precisamos aprender o que é o AMOR para depois se preocupar em amar. Fico triste de saber que há pessoas no mundo que não sabem o que é o amor de verdade, e que, muito provavelmente, morrerão sem saber o que é, mas com a ilusão de terem amado tudo que podiam ter amado. Triste ilusão.

Amar não é ter que ter sempre certeza
É aceitar que ninguém, é perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo e não precisar fingir
É tentar esquecer e não conseguir fugir